terça-feira, 11 de junho de 2013

NOTA DE REPÚDIO: VIOLAÇÃO DE DIREITOS DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA EM BELO HORIZONTE, MG.


NOTA DE REPÚDIO:
VIOLAÇÃO DE DIREITOS DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA EM BELO HORIZONTE, MG.

Belo Horizonte, 11 de junho de 2013.

O Centro Nacional de Defesa de Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis – CNDDH, instituído pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência em atendimento ao Decreto Presidencial 7.053 de 2009, vem manifestar seu expresso repúdio, indignação e pedido de providências urgentes contra as graves violações ocorridas em Belo Horizonte contra a População em Situação de Rua.
O CNDDH desde sua inauguração, em abril de 2011, recebe e acompanha casos de violência contra a População em Situação de Rua em todo o país, tendo registrado número expressivo de violações de todo tipo, sobretudo de homicídios. Nos últimos dois anos, o CNDDH registrou 100 homicídios de moradores de rua em Belo Horizonte, sendo que 30 ocorreram em 2011, 52 em 2012 e já 18 homicídios em 2013. Se considerarmos a estimativa da própria Prefeitura de Belo Horizonte de que atualmente há cerca de 2.000 (dois mil) moradores em situação de rua na Capital, chegaremos ao impressionante dado de que 5% da população em situação de rua foi vítima de homicídio, ou seja, 1 (um) em cada 20 (vinte) moradores de rua foi assassinado na cidade de Belo Horizonte nos últimos dois anos.
Esse número se completou na noite do dia 10 para o dia 11 de junho de 2013 quando mais dois moradores de rua foram assassinados brutalmente. Além do alto número de denúncias de homicídios contra essa população, também é grande o número de denúncias com relação à violência institucional, como omissão nos serviços públicos, ausência de políticas públicas suficientes e eficientes como moradia, saúde, trabalho e renda, assistência familiar, abrigamento que se encontra com a violência policial e a violência cometida por guardas municipais, ocorridas de diversas maneiras.
Ações higienistas têm acontecido corriqueiramente na cidade de Belo Horizonte e são muitas as denúncias que o CNDDH tem recebido nos últimos dias. Agentes municipais, apoiados pela Polícia Militar, têm passado pelas ruas de Belo Horizonte e recolhido os pertences pessoais das pessoas em situação de rua, como remédios, documentos, cobertores e material de trabalho, pois muitos vivem da catação de material reciclável. Além disso, tem sido constante, além da retirada de pertences, os jatos d’água por meio de carros-pipas, quando agentes municipais lavam os locais onde os moradores se encontram, forçando à saída deles do espaço onde se encontram.
Com a aproximação da Copa das Confederações, com o primeiro jogo agendado para Belo Horizonte, no próximo dia 17 de junho de 2013, tememos que as ações de violações contra a população de rua se intensifiquem ainda mais.
Entendemos que não é possível dissociar a cruel realidade da ausência de políticas públicas e humanizadas para a População em Situação de Rua, a falta de orçamento ou a não aplicação deste em direitos sociais fundamentais, as ações higienistas e de limpeza social, de retirada compulsória, do grave número de homicídios, 100 em dois anos, na Cidade de Belo Horizonte. Manifestamos, portanto, nosso total repúdio às violações de direitos humanos da População em Situação de Rua na Cidade de Belo Horizonte e conclamar todas as entidades, movimentos sociais e populares, igrejas, comunidades de resistência, escolas, universidades, enfim, toda sociedade para protestar e requerer das autoridades competentes ações urgentes e efetivas que venham combater a violência cometida contra a População em Situação de Rua em todo o Brasil, especificamente em Belo Horizonte, MG. 
Atenciosamente,

Centro Nacional de Defesa de Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis – CNDDH/PSR/CMR
Rua Paracatu, nº 969, Barro Preto, Belo Horizonte - MG. CEP: 30180-090.
Telefone: (31) 3250 6291 (31) 3250 6360 – Email: centronddh@gmail.com

segunda-feira, 10 de junho de 2013

II Seminário do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa BH – Copa pra quem?


No próximo mês de junho a nossa cidade será uma das sedes dos jogos da Copa das Confederações, evento de preparação para a Copa do Mundo 2014. Para organizar este evento diversas violações de direitos foram cometidas em nossa cidade. Entre elas:

-Remoções forçadas de famílias sem ofertar soluções dignas;
-Perseguição a população de rua e artesãos nômades;
-Suspensão das Feiras do Entorno Mineirão – desde 2011 – e Feira do Mineirinho, este ano;
-Obras viárias sem planejamento, demoradas e que não resolvem os problemas da cidade;
-Licitações fraudulentas:
-Duplicação da Pedro I pela Delta, investigada na CPI do Cachoeira:
-Contrato com a Minas Arena privatizando um espaço público:
-Projetos de lei incentivando a especulação imobiliária e verticalização da cidade.

Percebe se ainda um aumento gradativo de tráfico de mulheres às vésperas dos Megaeventos em todo o mundo, e no Brasil não é diferente. Denunciamos também a violação de premissas básicas de nosso estado de direito, como a obstenção do Direito à Manifestação Pública, Direito à Greve e o Ir e vir, suprimidos pela Lei Geral da Copa e o PL 728 em tramitação no Senado, criando um verdadeiro Estado de exceção. 

Para completar, vislumbrando um quadro há muito tempo alertado por diversos estudiosos dos grandes eventos: uma grande dívida pública a ser paga nos próximos anos! Apenas o Governo Federal já investiu mais de 70 bilhões de reais nas obras para a Copa - PAC2. Estádios, avenidas, aeroportos, sistemas de transporte e comunicação montados para atender aos eventos da FIFA, pagos com o dinheiro dos Brasileiros. 

Um evento com essas proporções, um dos maiores do mundo em movimentação de dinheiro e púlico, ainda rende mais. Empresários de todo mundo abrem seus olhos para o Brasil, especialmente com a galopante crise Européia, já vemos empresários Europeus de olho nas vultuosas divisas liberadas pelo Governo. Na Região Metropolitana de BH, nos arredores de Confins, por exemplo, são anunciados condomínios e um complexo cultural a serem construídos por empresários Portugueses. 

Contaminados pelas insistentes propagandas e tomados pela paixão ao futebol, a maioria da população ainda não percebeu o gigantesco impacto negativo que a Copa nos deixará: uma dívida a ser paga nos próximos 20 anos. Estes dados, inclusive o tempo de pagamento da dívida é baseado na experiência de outros países que sediaram eventos semelhantes. 

O Comitê Popular dos Atingidos Pela Copa 2014 – BH, vem acompanhando estas e outras ações para a realização dos jogos e quer dividir com a população estes entendimentos. É hora de apoderarmos da nossa cidade! Convidamos você a vir debater sobre estes legados negativos que teremos pela frente. Como podemos minimiza-los? Como enfrentar a sanha do capital especulativo internacional? Como reverter contratos públicos e violações? Como fazer desta Copa um momento de união e cidadania? 

Programação do seminário:

Quinta-feira, dia 13. 

:: Mesa de abertura: Comitês Populares dos Atingidos pela Copa (ANCOP):: 19:00 às 21:00

Sexta-feira, dia 14.

:: É proibido morar: Obras públicas, intervenções urbanas e violações do direito à cidade | 10:00 às 12:00.|

::É proibido trabalhar: Trabalho informal e a Copa do Mundo :| 14:00 às 16:00|

:: É proibido Manifestar: Copa do Mundo e cidade de exceção | 16:30 às 18:30|

:: É proibido jogar: Relações internacionais, Fifa, CBF e Governo Federal | 19:00 às
21:00|

Sábado, dia 15.

:: Copelada na Savassi: monte seu time e participe do futebol lúdico, popular e de rua! |Horário e local a confirmar|

___________________________

Local do seminário: Auditório da faculdade de arquitetura da UFMG. 
R. Paraíba, 697. Bairro: Funcionários, Belo Horizonte-MG. 

Inscrições: para obter certificado de participação mande um e-mail para atingidoscopa2014@gmail.com com seu nome completo e o segmento social que faz parte, estudante, ativistas, acadêmicos ou setores sociais atingidos pela Copa.


Primeiro Vídeo convite para a o seminário. Compartilhem!
http://www.youtube.com/watch?v=xzO65HxnoEE

O processo de regularização fundiária da comunidade cigana de São Gabriel (Guiemos Calons) foi divulgada no Guia Brasil Cigano de maio de 2013 como caso-exemplar! Linda Conquista!



                A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) tem como objetivo conhecer, zelar e garantir que cada imóvel da União cumpra sua função socioambiental em harmonia com a função arrecadadora, em apoio aos programas estratégicos para a Nação. Constatado o exercício de posse para fins de moradia em bens entregues a órgãos ou entidades da administração pública federal e havendo interesse público na utilização destes bens para fins de implantação de programa ou ações de regularização fundiária ou para titulação em áreas ocupadas por comunidades tradicionais, a Secretaria do Patrimônio da União fica autorizada a reaver o imóvel por meio de ato de cancelamento da entrega, destinando o imóvel para a finalidade que motivou a medida, ressalvados os bens imóveis da União que estejam sob a administração do Ministério da Defesa e dos Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Essa ação bem se exemplifica no caso da ocupação de um terreno proveniente da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), pela comunidade cigana Guiemos Calons, que teve fundamentada sua defesa no artigo 1º, I, da 
Portaria nº 232/2005 (regimento interno da SPU), na Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010 e na Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, estabelecida pelo Decreto 6.040 de 07 de fevereiro de 2007.É importante notar que garantir as condições para a realização de acampamentos ciganos em todo o território nacional é uma das ações do Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3). Esse Programa entrou em vigor por meio do Decreto nº 7.037, de 21 de Dezembro de 2009, atualizado pelo Decreto nº 7.177, de 12 de maio de 2010.
              A ação referente a acampamentos ciganos compõe o Eixo Orientador III – Universalizar Direitos em um Contexto de Desigualdades, Objetivo Estratégico III – Garantia do acesso à terra e à moradia para a população de baixa renda e grupos sociais vulnerabilizados.

Em anexo o link para acessar o Guia de Políticas Publicas para Povos Ciganos da SEPPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial)http://www.seppir.gov.br/.arquivos/guia-de-politicas-publicas-para-povos-ciganos

Povos ciganos discutem mecanismos de acesso à regularização fundiária


Agência Brasil

Com o objetivo de fortalecer a organização e a participação dos povos ciganos nas discussões sobre políticas públicas, teve início hoje (21) a 1ª SemanaNacional dos Povos Ciganos. O evento, que coincide com o Dia Nacional do Cigano, comemorado no dia 24 de maio, ocorrerá até sexta-feira (24).
A programação do evento prevê propostas para dar visibilidade à cultura cigana e ampliar a interlocução de suas lideranças com o Estado brasileiro. O evento conta com 300 participantes, que representam 19 estados e o Distrito Federal. Eles estão acampados  no Granja do Torto (DF).
Na cerimônia de abertura foi lançado o Guia de Políticas Públicas para Povos Ciganos, que contém um resumo da origem destes povos no mundo e no Brasil. O guia é dividido em eixos e explica como o cigano pode ter acesso às políticas públicas relacionadas a Direitos Humanos, políticas sociais e de infraestrutura, culturais e de regularização fundiária.
Durante toda a semana serão realizadas plenárias, oficinas, conferências e rodas de conversa sobre diversos temas de interesse dos povos ciganos, além da emissão de cartão SUS, da certidão de nascimento e da carteira de identidade e de serviços de saúde. A programação completa pode ser acompanhada aqui.
No Brasil, estima-se que a população de ciganos seja de 500 mil pessoas, formada pelas etnias Calon, Rom e Sinti, com línguas, culturas e costumes próprios. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011 foram identificados 291 acampamentos de ciganos, localizados em 21 Unidades da Federação. Minas Gerais é o estado com a maior concentração destes acampamentos, com um total de 58, seguido da Bahia, com 53 e de Goiás com 38.  
A Semana dos Povos Ciganos é promovida pelo Governo Federal, por meio das Secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e de Direitos Humanos, pelos Ministérios da Cultura, da Educação e da Saúde e pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria de Cultura do GDF.
Participam da organização do Brasil Cigano a Associação Internacional da Cultura Romani (Aicrom-Brasil/GO), a Associação Internacional Maylê Sara Kalí (AMSK-Brasil/DF), a Associação Nacional das Etnias Ciganas (Anec/GO), a Associação de Preservação da Cultura Cigana (Apreci/PR), o Centro de Estudos e Discussão Romani (Cedro/SP) e o Grupo Leshjae Kumpanja/AL
.

Links para outras reportagens sobre o mesmo assunto:
REDES DE TELEVISÃO E YOUTUBE
DF TV 1ª Edição
Ciganos se reúnem para discutir melhorias e divulgar cultura

TV BRASIL
Dia Nacional do Cigano é comemorado em Brasília - Repórter Brasil (noite)
Durante esta semana, 300 representantes de diversas etnias debateram com o governo políticas públicas para melhorar a vida dessa comunidade.


TVNBR
Guia traz políticas públicas voltadas aos povos ciganos

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social
MDS discute inserção de povos ciganos no Cadastro Único